Dia Sem Dieta: e se a gente parasse de guerrear com o prato e começasse a fazer as pazes com a vida?
- Ana Paula
- 6 de mai.
- 3 min de leitura
Você já parou pra pensar há quanto tempo sua relação com a comida virou uma batalha silenciosa?
No dia, 6 de maio, é celebrado o Dia Internacional Sem Dieta — uma data criada em 1992 pela britânica Mary Evans Young, uma mulher que, após enfrentar distúrbios alimentares e pressão estética, decidiu dizer um basta. O movimento começou pequeno, mas ganhou força pelo mundo como um grito coletivo contra os padrões inalcançáveis de corpo ideal e o culto às dietas milagrosas.
Mas calma, isso não é um manifesto pró-desleixo, nem um convite pra ignorar sua saúde. É, na verdade, um lembrete poderoso: a comida não é sua inimiga. Seu corpo também não.E talvez esteja na hora de trocar a guerra por um acordo de paz — com o espelho, com o prato e principalmente, com você mesma.

🌿 "Já pensou que talvez não seja fome o que você sente, mas cansaço de viver em guerra com seu corpo?"
Hoje é o famoso #NoDietDay, ou Dia Internacional Sem Dieta. Mas calma lá: isso não quer dizer que você tem que enfiar o pé no pote de sorvete e sair gritando "liberdade, liberdade, abre as asas sobre mim!". A ideia aqui vai muito além do "pode comer o que quiser" — é sobre pensar por que a gente passou a vida inteira acreditando que controlar a comida é a única forma de controlar a nós mesmas.
Pensa comigo: a gente cresce ouvindo que tem que comer tudo no prato, mas também que não pode engordar.
Ganha chocolate se se comportar, mas leva bronca se não vestir 38. Somos ensinadas, desde pequenas, a amar o que nos destrói e a rejeitar o que nos sustenta. Um baita paradoxo com cobertura de chantilly.
E aí, quando viramos adultas, entramos na roleta russa das dietas restritivas — aquelas que prometem tudo e entregam crise de ansiedade, rebote, culpa e efeito sanfona de brinde. Dieta da lua, do ovo, da sopa, da fada do dente... todas com o mesmo roteiro: iludir, restringir, falhar, punir.
É por isso que hoje, no Dia Sem Dieta, eu prefiro levantar a bandeira da reeducação alimentar. Não como modinha, mas como convite. Reeducar não é cortar, é escolher.
Não é punir, é cuidar. É sair do automático. É lembrar que hábito se constrói aos poucos. E que fazer menos é mais do que não fazer nada, sempre.
Se você sente que precisa mudar, tudo bem. Mas que tal começar devagar? Trocar uma coisa de cada vez. Beber mais água. Se alimentar com presença. Dizer “não” pra mais um plano milagroso e “sim” pra um estilo de vida que você consiga sustentar sem ódio no coração.
E já que a gente tá aqui se abrindo... vamos falar da tal da autoestima? Porque tem gente que ainda acha que autoestima vem depois de emagrecer, quando na real é o contrário: a gente precisa se tratar com carinho antes de qualquer mudança. Autoestima é hábito, e não, não se constrói se chamando de preguiçosa, gorda, fracassada. Se fosse assim, tava todo mundo se amando por aí, né?
Então, no #DiaSemDieta, minha sugestão é: faça as pazes com o espelho. Com o seu corpo. Com a comida. E principalmente, com a sua história. Não precisa começar perfeito. Mas comece com verdade. Porque corpo nenhum merece ser campo de guerra. E nem você.
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